sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

O cérebro Apaixonado: os hormônios responsáveis pelo estado de paixão.

A grande maioria das pessoas (esperamos!) já experimentou a sensação de estar apaixonado. Coração acelerado, vontade incontrolável de estar com o outro, ações irracionais são alguns dos sinais mais comuns que apresentamos quando a paixão se instala. Mas será que você sabia que todas essas alterações são conseqüência da presença de hormônios no nosso sistema nervoso central?
Apaixonar-se consiste no comportamento mais irracional que o cérebro pode vivenciar tanto para o homem quanto para a mulher. Sabe aquele ato inconseqüente que só uma pessoa apaixonada costuma fazer (como dar todas as economias da vida para o outro, e depois morrer de arrependimento?), é um estado involuntário. Do ponto de vista hormonal, a paixão realmente “cega” o indivíduo. Este estado compartilha os mesmos circuitos cerebrais da obsessão, mania, intoxicação, sede e fome. Estes circuitos são primariamente sistemas de motivação, diferentes daqueles relacionados ao sexo, porém há uma interposição entre eles. Ocorre uma intensa atividade cerebral regida pelos hormônios: dopamina, estrógeno, oxitocina e testosterona.
As áreas do cérebro que se encontram ativas em uma pessoa apaixonada são as mesmas ativadas pelas drogas ilícitas. A amígdala (área do cérebro responsável pelo sistema de alerta/medo) e córtex cingulado anterior (região responsável pelo pensamento crítico) encontram-se “desligados” quando os circuitos da paixão estão operando a todo vapor. Os clássicos sintomas da paixão são extremamente similares aos efeitos iniciais de drogas como anfetaminas, cocaína, morfina, ecstasy. Estes narcóticos ativam os circuitos de recompensa, causando liberação de substancias químicas similares às do estado de paixão. Casais apaixonados, especialmente nos primeiros seis meses, necessitam da sensação de proximidade física tanto quanto um dependente químico precisa da próxima dose.
Durante períodos de separação, o cérebro sofre literalmente uma síndrome de abstinência, necessitando urgentemente do outro. Muitos homens decidem pedir a mão da amada em casamento após uma viagem ou um breve rompimento, isso não é coincidência é conseqüência da retirada brusca da dopamina e oxitocina (dois hormônios responsáveis pela ligação amorosa). Apenas atividades como, trocas de carinho, beijos, abraços, orgasmo podem restabelecer os níveis desses hormônios. Uma vez que ocorre novo influxo de dopamina e oxitocina, a ansiedade e o ceticismo são suprimidos e os circuitos da paixão são reforçados.
O contato físico intenso (como abraçar por mais de vinte segundos) libera principalmente oxitocina, que causa uma sensação de confiança no parceiro. Portanto, caso não queira confiar - em demasiado – em alguém evite muita proximidade física. Lembre-se podemos ficar indefesos em meio a tanto hormônio.

A visão
Se traduz bem a importância da visão ao dizer que "o amor entra pelos olhos". E se o flerte começa com uma troca de olhares, por trás vai se desenrolando uma série de atividades cerebrais.
A primeira avaliação pelo olhar ativa o neocórtex, especializado em selecionar e avaliar. Após a análise biológica, para termos certeza de que o outro é uma pessoa geneticamente saudável, partimos para a análise baseada em nossas experiências pessoais - e aí entram nossas preferências - e, enfim, para a análise cultural, que é ditada pela sociedade e pelos padrões de beleza de nosso tempo. Se na Renascença as gordinhas faziam sucesso com suas curvas, isso se deve à imagem de saúde e fortaleza que elas transmitiam em uma época pontuada por escassez de alimentos e pragas.

O olfato
Além da visão, o olfato é outro sentido fundamental neste processo. Quem nunca passou pela desagradável situação de ter que dar um fora num cara ou em uma mulher porque tinha um cheiro esquisito? A paixão precisa de química e o cheiro nessas horas é importantíssimo. Pode até não ser ruim, mas só de chegar perto você fica enjoada. Puro instinto, assim como acontece com os animais, que são atraídos pelo cio da fêmea.
Para alguns cientistas, a percepção desses odores aconteceria de forma inconsciente, por meio de um suposto órgão situado na cavidade nasal, denominado órgão vomeronasal (OVN). Este órgão teria como única função detectar ferormônios, produtos químicos voláteis fabricados e exalados continuamente pelo nosso organismo.
Apesar de controversa, a função dos ferormônios é defendida por muitos cientistas, que inclusive responsabilizam a substância pelos casos de amor à primeira vista, por meio da produção de sensações prazerosas. Independentemente de produzirmos ou não ferormônios, é fato que a sensação de amor à primeira vista relaciona-se a grandes quantidades de feniletilamina, dopamina e norepinefrina no organismo. Mas será que a paixão é mesmo tão científica e previsível assim?

Estudos realizados com pessoas apaixonadas demonstram que este estado dura entre seis a oito meses. Para o nosso próprio bem, pois só dessa forma pode surgir o amor.

3 comentários:

  1. Aiiin eitaa poderoso sistema limbicoooo!

    Gostei do teu blog Dr.

    ResponderExcluir
  2. Adorei saber o que leva os homens a pedirem suas respectivas mulheres em casamento,muito curioso isso,bacana mesmo.Bendita seja a abstinência rs.

    Parabéns doutor.
    Um beijo.

    Carla Pinheiro.

    ResponderExcluir
  3. demaaais esse texto! Amor, ou a falta dele, pode mudar seu cérebro para o resto da vida" hahahaha
    muito booom, parabénnns :D

    ResponderExcluir